Audiência Pública discute caminhos para a federalização da Fundação de Ensino
A formação de uma comissão, com a participação da sociedade civil, legislativo, executivo e judiciário será proposta ao Conselho Curador
Aconteceu na sexta-feira, 02 de dezembro, na Câmara Municipal, a primeira Audiência Pública com o objetivo de discutir caminhos para a implantação em Passos de uma universidade pública e gratuita. A reunião foi proposta pelo vereador Dr José Roberto Bernardes, também presidente da Casa. A intenção é transformar a FESP numa instituição pública, com ensino superior grátis. Ao abrir o evento, o presidente da Casa, Dr José Roberto destacou que “há meses assumi publicamente desta tribuna da Câmara a idéia de criarmos um movimento para reivindicar a federalização da FESP (Fundação de Ensino Superior de Passos)”. Para ele o movimento deve ter um caráter político, mas nunca ser “um movimento infundado e politiqueiro”.
O presidente do legislativo passense, ao analisar a situação da instituição de ensino, frisou algumas dificuldades, quando ressaltou que uma das formas de supera-las seria através do valor das mensalidades. Neste caso afirmou a clientela da FESP tem um “perfil econômico de classe média para baixo”, o que acaba provocando inadimplência, porque o “nosso aluno não tem condições de pagar mensalidades elevadas e a prova disso é a corrida anual pelas bolsas de estudo, ainda que rateadas em percentuais, que permitam reduzir um pouco o custo mensal de seus encargos”. Segundo Selma Tomé, assessora de Comunicação da Fundação, dos mais de 3 mil alunos da instituição, 1820 têm algum tipo de desconto, a título de bolsa.
Dr. José Roberto disse que isto ocorre não porque os administradores da entidade não tomem providências. “Todos nós os conhecemos (os administradores) e sabemos de sua probidade e de seu idealismo”. O problema para o presidente da Câmara de Passos é que a situação é “inviável nos termos que está no quadro sócio-econômica da região”.
A luta pela federalização se coloca dentro deste contexto, porque com ela “só temos a ganhar. A região inteira pela possibilidade de colocar gratuitamente seus filhos e a comunidade passense pelo afluxo de uma população estudantil, que significará um crescimento do comércio, das alternativas de locação e hotelaria, por exemplo”, disse o presidente da Câmara de Passos.
Por isto, informou Bernardes, a reunião deveria se encerrar com algumas decisões. A principal delas seria a formação de uma Comissão de Trabalho que englobe representantes do poder judiciário, poder legislativo, instituições regionais, sindicatos e clubes de serviço. A tarefa inicial desta Comissão, “seu primeiro e único trabalho no momento”, será o de elaborar um dossiê, “com justificativas e demonstrativos, solici-tando a federalização da FESP, o qual deverá ser assinado por todos os setores representativos de nossa comunidade e da região”. Este documento, com apoio de líderes políticos, seria, então, levado ao governo federal.
“Nossas chances podem não ser muitas: mas são boas”, frisa Dr. José Roberto Bernardes. Para que haja sucesso na empreitada o que precisa ser feito é provocar a união de toda a região em torno do assunto. “É aí que entra o lado político, queiramos ou não” e agora é hora em que “eles terão que demonstrar, por ações e atitudes concretas, que realmente representam a vontade popular de nossa região e é neste movimento que quero me engajar para ver concretizado o projeto de uma universidade pública e gratuita em Passos”, finalizou.
