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Debate sobre violência nas escolas reúne educadores

17 de Junho de 2011

         “Violência nas Escolas” – este foi o tema de Reunião Especial realizada pela Câmara Municipal de Passos na noite de quinta-feira (16 de junho) em parceria com a Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG). O debate foi bastante concorrido, reunindo cerca de 130 pessoas, a maioria educadores, entre professores e diretores de escolas. A Câmara quer agora propor ações para aumentar a segurança nas escolas.

         A diretora executiva da APPMG, Cleonice Mendonça, disse que a entidade está preocupada com a violência crescente nas escolas, observando que o problema atinge todo o Estado, relatando que professores, diretores e funcionários das escolas têm sido vítimas de agressões – uma situação que segundo ela traz muito insegurança para a categoria. A secretária municipal de Educação, Rosa Beraldo, que compôs a mesa dos trabalhos, afirmou que uma das causas é que a formação da família tem ficado para a Escola. “Enquanto educadores nossa carga a cada dia tem se tornado mais pesada”, observou.

         O capitão Marcelo Coimbra, que comanda a 77ª Companhia da Polícia Militar, disse que há menores hoje na faixa etária de 7 a 10 anos em Passos já entrando no crime. Segundo ele, são infratores dentro de salas de aulas, criando muitas dificuldades, enquanto os professores não são capacitados para lidar com a situação. Ele defendeu medidas como a instalação de câmeras de monitoramento dentro dos estabelecimentos e “uma mudança de comportamento dentro da Escola”.

         Na mesma trilha, o comandante da 246ª Companhia da Polícia Militar, capitão Geraldo Magela Santos, discorreu que uma das causas está na ausência da família, na omissão dos pais e nas drogas. Disse que o problema deve ser combatido com ações conjuntas, envolvendo os poderes públicos. De acordo com ele, há dificuldades ainda para a polícia em se deparar com espaços físicos abandonados nas escolas, sugerindo que é preciso se pensar no melhor aproveitamento desses locais como áreas de lazer.

         O presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais,  Mário de Assis, lamentou que nos últimos anos tenha tido o “desprazer” de enterrar 30 alunos mortos em conflitos dentro ou fora da Escola. Defendendo o resgate da família, ele afirmou que hoje faltam os limites e que a chamada inclusão social vem fazendo o papel contrário, ao obrigar o estabelecimento a ter que matricular alunos infratores.

         O vereador Antonio Donizete de Mendonça (PTB), o Zetinho, opinou que a violência na Escola tem trazido muita insegurança. O vereador Jéferson Rodrigues Faria (PTB), o Jefinho, cobrou a presença de maior número de autoridades nesses debates, lamentado que a Reunião Especial não contasse com as presenças do Executivo, do Judiciário e do Ministério Público. Na opinião do vereador Edmilson Amparado (PMDB), a Câmara deve preparar a “Carta de Passos” para ser enviada ao Congresso Nacional, defendendo mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente de com a realidade brasileira. Edmilson relevou que a Prefeitura estuda a criação da guarda municipal.

         Várias pessoas se manifestaram nas discussões, relatando casos de violência que têm acontecido dentro dos estabelecimentos de ensino e defendendo que é preciso limites. O capitão Coimbra sugeriu que as escolas promovam um levantamento de alunos reincidentes para que os casos sejam denunciados ao Ministério Público. O delegado de polícia Carlo Bedone destacou que Passos precisa implantar sua casa de recuperação para os infratores. A presidente da Câmara, vereadora Cenira de Fátima Gomes Macedo (PR), a Tia Cenira, que presidiu os trabalhos, sugeriu que a Comissão pela Segurança Pública visite todas as escolas.

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