O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) descarta a possibilidade da água consumida na cidade estar contaminada por agrotóxicos.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) descarta a possibilidade da água consumida na cidade estar contaminada por agrotóxicos. A direção da autarquia esteve na Câmara Municipal de Passos hoje à tarde (26 de abril) atendendo a convocação dos vereadores, respondendo a questionamentos, diante da repercussão de que a água da cidade estaria contaminada por 27 tipos de agrotóxicos, conforme dados registrados pelo Ministério da Saúde e compilados pelo Repórter Brasil, Agência Pública e Public Eye.
A Câmara Municipal abriu um debate que pretende ser estendido com outras ações, entre as quais o envolvimento de outras instituições, inclusive de universidades, para atestar a qualidade da água e de iniciativas de preservação dos mananciais. A reunião de hoje foi convocada conjuntamente pelas comissões de Saúde e Ação Social e de Administração Pública e Políticas Urbana e Rural.
O Saae garante que análises laboratoriais asseguram a qualidade da água e que o sistema de tratamento, com os produtos utilizados nas duas estações (Etas), garantiriam a retirada de todas as impurezas. A potabilidade, segundo a empresa, está garantida nos resultados laboratoriais cujos resultados são passados ao sistema federal de controle.
O diretor do Saae, Pedro Teixeira, esteve acompanhado de servidores que trabalham com as análises laboratoriais. A reunião atraiu alguns ambientalistas, que se mostram chocados com as notícias, segundo as quais só no Sul de Minas, entre as quais Passos, 45 cidades estariam vivendo o problema dos agrotóxicos na água que chega nas estações.
De acordo com as falas dos representantes da autarquia, o Saae trabalha com um sistema rígido de análises laboratoriais, que a água chega nas estações com uma infinidade de impurezas, mas que o tratamento garante a potabilidade. O Saae disse que os resultados laboratoriais são aferidos por um laboratório independente, da cidade de Rio Claro (SP), e acompanhados por órgãos superiores, a partir da regional de Saúde, atendendo aos requisitos dos Ministério da Saúde.
Nas exposições passadas aos vereadores, especificamente sobre resíduos dos venenos que estariam escorrendo dos sítios e fazendas, alcançando os mananciais que formam o sistema de captação, o Saae assegura que um dos produtos usados no tratamento, o carvão mineral, conseguiria retirar todo o agrotóxico, possibilitando pureza de 99.99% do que chega nas torneiras.
Respondendo aos questionamentos, o Saae informou não fazer medições de eventuais contaminações de poluentes ao longo dos mananciais que formam o Ribeirão Bocaina, de onde sai 60% da água consumida em Passos, num parâmetro onde se poderia, por exemplo, apurar os pontos mais críticos de resíduos escorridos.
A reunião foi presidida pelo vereador Erick Silveira (MDB). Participaram dos debates o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PP), e os vereadores Aline Macedo (PR), Dona Cida (PT), Raimundo Leandro (PR), Téo Lemos (PSD), Alex Bueno (PSD) e João Serapião (PR). O vereador dr. Rodrigo Barreto (PSD) justificou a ausência, por estar em uma emergência no hospital em que trabalha.